Em 2012 pude comparecer a um grande evento onde estavam os designers que eu mais admirava naquela época. Eles estavam a frente dos projetos gráficos dos álbuns que eu mais ouvi na década passada. Eles não eram os palestrantes oficiais da ocasião mas estavam com stands de suas agências, recebendo ávidos jovens querendo conhecer mais sobre seus trabalhos.

Não pense que assediei nenhum deles pedindo informações. À essa altura, meus ouvidos já sangravam ao me aproximar de um designer gráfico para ouví-los falar sobre seu trabalho. O assunto era sempre mais do mesmo, e ao caminhar de um stand a outro do evento, podia ouví-los vociferando a “rodinhas” de rapazes de olhos brilhantes:

““— Photoshop! Illustrator! Lightroom!””

Aquilo me dava sono. Não era possível que todo o trabalho de uma pessoa responsável por projetos de tanto significado estava resumido ao nome das ferramentas Adobe. Eu queria ouvir algo mais que aquilo, e ficava achando que estava louco. Meus chefes me obrigavam a entregar arquivos compatíveis com o CorelDraw e isso me ajudava na crise de “estranho no ninho”.

A verdade é que essa sensação de não me encaixar num estereótipo do design gráfico me acompanhou por anos. O que hoje me torna seguro em dizer que meu estilo de criação tem uma boa carga de autenticidade, já me fez perder o sono pensando se eu realmente estava no meio certo, fazendo as coisas do jeito certo. Pudera: o cara odiava grids, odiava alinhamento em layout, nunca teve um Macintosh, nunca separou a paleta de cores por código, nunca comprava fontes, gostava de escrever à mão e odiava copiar a letra dos outros. Para piorar, estava traumatizado em usar referências porque amargava a dolorosa experiência de ter designers próximos como referência e ter sido muito hostilizado pessoalmente pelas pessoas que admirava porque elas não gostaram da ideia. Onde eu morava não tinha Starbucks. Não tem até hoje. A conta não fechava.

Anos depois eu teria a oportunidade de estudar design e aprender o “jeito certo” de fazer as coisas. Mas sabe? Era tarde. Entre todas as tools do Photoshop da vida eu tinha encontrado a minha Key Tool. Ela me traria a segurança para fazer as coisas do meu jeito, sem medo do que pensariam os outros profissionais. As ferramentas são maravilhosas, e sem elas a gente não poderia fazer metade do que se pode fazer hoje em nosso trabalho. Porém, nenhuma delas pode fazer mais do que a KeyTool. Para abrir uma porta para um lugar que só você pode ocupar, conte com a sua chave. Ela é só sua.

Experimente dar uma volta na maçaneta. Vamos lá!